Quinoa, o super-alimento sagrado Andino
A Quinoa é uma riqueza da natureza, que impressiona. É um presente dos Andes para o mundo e um patrimônio do Peru. Seus registros históricos datam mais de 5 mil anos de produção. É um grão consumido desde os antigos povos andinos em grande quantidade. Ela foi cultivada pelos quechuas e aimarás por alguns milhares de anos, sendo considerado por eles como “semente de ouro” e seu nome é de origem quéchua, o idioma dos incas.
Após muito estudo e foco neste superalimento, a quinoa é hoje qualificada como um dos melhores alimentos de origem vegetal, fazendo parte até mesmo do cardápio dos astronautas da NASA. Seu valor nutricional é comparado às proteínas de origem animal. Possui cerca de 15% de proteína (a variedade quinua real 23%), sendo mais que o dobro da quantidade proteica dos outros cereais como trigo, arroz, cevada. Esta proteína é muito rica nos aminoácidos essenciais (aqueles que não são produzidos pelo organismo humano), e isto eleva seu valor biológico.Todos os seus aminoácidos essenciais estão em quantidade bem superior quando comparados com trigo e leite.
Além da proteína de alta qualidade, a Quinoa é rica nas vitaminas A,B6,B1 e em menor quantidade nas vitaminas E e C, em minerais como ferro, fósforo, cálcio e zinco, e em fibras. Outra característica importante da quinoa é a ausência de glúten.
A Quinoa possui mais de 3120 variedades e atualmente, o Peru e a Bolívia são os seus maiores produtores. Aqui no Brasil, o plantio está sendo testado no cerrado do Mato Grosso.
A quinoa desde os últimos 20 anos se tornou um dos principais grãos de exportação do mundo e presença constante no cardápio em vários lugares. Com nutrientes, já comprovado, equivalentes ao leite materno e sua adaptabilidade tanto em forma de plantio quanto em utilidade em receitas.
Mas além de seus benefícios para a saúde, é interessante e enriquecedor para nossos conhecimentos e cultura, conhecer sua história e lendas.
Um pouco da história da Quinoa
O alimento é tão importante na cultura do povo Aimará (descendentes diretos dos incas) que sua produção foi queimada e proibida na época da colonização espanhola para afastar qualquer laço cultural andino. Por séculos a Quinoa ficou restrita e escondida nos Andes até que dois exploradores americanos há descobriram nos anos 70 cultivadas por fazendeiros locais. Ao ouvir sua história e conhecer seus supostos nutrientes, os americanos levaram exemplares para cultivo próprio em seu país e o grão não demorou a se popularizar.
Existe uma lenda, que conta que, nos primórdios, esse povo falava com as estrelas e todas as noites alguém roubava as batatas plantadas durante o dia. Então, um jovem rapaz que vigiava a colheita tinha que tocar um sino caso avistasse alguém. No meio da noite, se deu conta que belas moças estavam roubando as batatas e, ao tocar o sino, as assustou. Todas fugiram, mas uma delas foi capturada. O jovem rapaz ficou apaixonado pela beleza da moça, mas ela rapidamente tornou-se um pássaro e voou de volta à sua morada, as estrelas. Ele ficou tão perplexo que não conseguia explicar para os outros o que tinha acontecido. No dia seguinte, subiu na montanha mais alta para procurar o Condor e lhe pediu para que ele o levasse até a morada das belas moças, nas estrelas. Assim o pássaro fez e, chegando lá, encontrou a Estrela, que o alimentou com Quinoa. Algum tempo depois, o jovem sentiu saudades de sua casa e decidiu que já era hora de retornar para sua vila. Na despedida, a Estrela lhe deu a Quinoa e, montado no Condor, o jovem espalhou as sementes por toda a terra conhecida pelo povo Aimara. E foi assim que o alimento se difundiu por todo o povo andino e permanece em sua cultura até hoje.
Seja como um presente das estrelas para a humanidade ou como uma semente cujo valor de mercado constantemente aumenta, a quinoa já se tornou um patrimônio da humanidade por tudo que a cerca. Ou como dizem muitos Aymarás até hoje: “A Quinoa é o passado, é o presente e é o futuro não apenas nosso (nativos), mas de toda a humanidade!”.
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